quarta-feira, 9 de junho de 2010

A parte que me cabe


 Para Rebeca Cordellini Emídio.
 
A vida teima em brincar com a gente. E você sabe que começa sempre pelo lado mais fraco, e como. Começa sempre por aquele trecho da corda bamba que já está gasto pelo tempo, por tantos pés que já passaram por ali e deixaram sua marca. Mas mesmo corroída, mesmo por aquele fiozinho de resto de vida, a corda bamba continua firme, e todo o ciclo paradoxal que envolve essa firmeza do rompível. Eu sei, o peso as vezes parece insuportável e você pensa em desistir. Qual o problema de deixar romper e cair no vazio do mundo quando o vazio já existe quase sólido dentro de você mesma? Tantas perguntas, tantas dúvidas. E, ironicamente, tanta vida pronta pra ser vivida. As vezes você vê o final daquele caminho torto, mas a ventania é tão forte que te cega. Mas olha, a minha corda é do lado da sua. Não desiste não. Pula pra minha. E, se a sua romper, pega aquele trecho que sobra e remenda. Remenda o seu com o meu. Eu juro que te seguro, mesmo quando a linha parecer tênue demais pra sustentar o peso de dois. Aguenta sim. Aguenta a partir do momento que a vida deixa de ser uma corda bamba e se torna meu abraço pronto pra receber e enxugar suas lágrimas. Eu sempre estive aqui, mesmo quando aquela nuvem negra passou e quase te levou embora. Eu estou aqui agora e sempre vou estar. Por você.

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