domingo, 30 de maio de 2010

Vem


Vem. Mas vem correndo, vem depressa. Vem e me tira o ar, me faz perder o fôlego. Vem. Vem e me mostra o que é a vida, me faz viver. Vem rápido, vem e canta. Canta aquela música, canta pra mim. Pega minha mão e corre comigo pela rua, vem pra dividir comigo uma garrafa de coca-cola. Vem e enrosca a sua mão nos meus cabelos e me faz dormir. Vem pra desenhar o contorno do meu rosto com seus dedos e contar cada sarda do meu nariz. E sorri. Sorri sempre. Vem e distribui beijos pelo meu braço, pelo meu ombro, pelo meu rosto. Elogia minha boca, e principalmente meus olhos. Diz pra mim aquilo, aquilo mesmo. Mas vem logo. O quanto antes. Vem pra me fazer rir, vem pra me fazer cócegas, vem pra secar minhas lágrimas com seu olhar doce, vem e se perde em mim. Vem e faz eu me perder em você.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

'Vamos fazer nosso dever de casa...'

Não é errado e nem me deixa encabulada. Não tento impressionar nem mostrar que sou uma pessoa contida. Revolucionária? Talvez. Mas mais importante que revolução é determinação. Isso queima na minha garganta e grita no meu peito, quando não faz minha barriga formigar e deixa a ansiedade no auge. O prato na minha frente é quase sempre muito vazio ou muito cheio, não há mais meios termos. Chega. Chega de fingir que está tudo bem frente a tantas injustiças e cobranças de quem não é cobrado. Chega dessa palavra que pára no céu da boca e se perde entre as estrelas do surreal. Eu quero soluções, eu quero luta, eu quero os antigos ideais resgatados. Pouco importa se vou usufruir ou não, nem se vai acontecer em dois, cinco ou dez anos. Tentaram calar a minha voz e eu continuo gritando.


"...e aí então vocês vão ver."

quarta-feira, 26 de maio de 2010

"Será só imaginação?
Será que nada vai acontecer?
Será que é tudo isso em vão?
Será que vamos conseguir vencer?"
Legião Urbana - Será


Eu sinceramente não faço a menor ideia da resposta. 
Mas eu não vou desistir de lutar.
E você? Vai ficar aí parado?

terça-feira, 25 de maio de 2010

See you Soon


Eu prometi uma vez que eu jamais escreveria sobre você novamente. Tinha de haver algo nesse mundo enorme que me inspirasse mais do que as idiotices cometidas por uma pessoa perdida! Eu tenho que ter algum outro sentimento além de puro rancor! Ah, essa! Mas essa será a última vez que eu vou escrever sobre você, pode acreditar! Juro que eu nunca mais vou falar sobre o turbilhão de sentimentos que foi ano passado, e juro bem juradinho que meu coração não vai falhar um batimento quando você passar de cabeça baixa por mim no corredor! Eu juro que vou acatar isso sempre como uma afronta, não como arrependimento, e que dessa afronta cabulosa vai nascer uma raiva tão grande em mim que tudo que restou de você virará cinzas. Eu juro, juro mesmo, que eu não vou dar um jeito de entrar na sua sala com meu nariz levantado só pra te provar que eu estou bem melhor sem você e que a sua presença não faz falta. Juro que eu não vou passar por você fingindo que não te vi – apesar de já ter te visto a quilômetros de distancia -, e juro que não vou cumprimentar seus amigos como se você não existisse. Juro que eu não vou reparar na sua magreza, nem no seu corte de cabelo novo, e nem como aquele tênis quem escolheu fui eu. Juro que não vou mais pensar se você está bem, e juro nunca mais desejar seu bem nem seu mal. E não pense que eu vou continuar te defendendo, jurei que juraria de pés juntos que não faria mais diferença o que os outros falam! Jurei também que não te abandonaria, e desta vez eu juro que não vou me reaproximar. Juro que nunca mais vou jurar não escrever sobre você, e juro com uma força que não cabe em mim que você nunca mais vai ser o motivo da minha inspiração. Eu juro. Eu juro... Juro.

domingo, 23 de maio de 2010

Cine

Pra rebeeesha.

Quando eu acordo de manhã meu quarto tem um tom violeta. O primeiro ar que eu respiro completamente acordada e sentada na cama é de uma transparência azulada. Minha cama é laranja. O banheiro é verde, e a imagem refletida no espelho é de um esmeralda intenso. Minha casa é amarela. Eu ando em uma calçada vermelha e observo os passarinhos rosas e alaranjados cantarem suas notas multicoloridas e flutuantes. O céu, o meu céu, não é azul. O meu céu assume a cor do meu espírito. Meu espírito muda de cor conforme o tom da música. Meus vários tons multicoloridos da música da vida.





Peguem a ironia.