domingo, 20 de dezembro de 2009


Traço, traço, linha, cor. Um redondinho aqui, um vermelhinho acolá, purpurina, puripurina, galhos verdes laços fitas bolinhas maiores bolinhas menores sinos sinos, muitos sinos e festão. Um enfeitinho aqui, outro ali, muitas cores, muito verde, muito vermelho, muito azul.... Luzinhas! This little light of mine I’m gonna let it shine...  



É, eu não consigo mesmo descrever a emoção de montar a árvore de Natal.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Se os olhos são o espelho da alma, meus olhos sorriem.







Só um desabafo sobre meu estado ultimamente.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Não solta


Primeiro eu segurei suas mãos. E nós brincamos, e nós rimos. E foi uma das melhores lembranças que eu já tive. Depois eu segurei de novo. E de novo. Então eu as soltei e usei uma corda no lugar delas pra nos amarrar, aí você se foi. Puxei a outra extremidade da corda e fui laçando um por um de todos nós pelas cinturas, alguns mais apertado, fazendo o laço mais firme dos que já tinham seus lugares garantidos há certo tempo, mantendo uns bem pertinho, outros mais longe, mas todos amarrados. Amarrados pelo Destino, por esse laço eterno que é a vida. Não me solta dessa vez.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Por aquele sorriso.


Esse feriado eu conheci pessoas que agora, mais do que nunca, vou levar pro resto da minha vida. Mas tinha uma pessoa em especial. Era um menino com um sorriso intenso, bonito. Um garoto que transbordava luz e passava alegria pras pessoas a sua volta. E não falo isso da boca pra fora, eu sentia a luz e a alegria dele. Infelizmente a vida não me deu a oportunidade de conhecê-lo melhor, de conversar de verdade, saber seus sonhos, suas vontades. Não me deu a oportunidade de conhecer sua família, sua história, coisas intimas e pessoais. Não tive a oportunidade de perguntar seu sobrenome, tampouco. Mas eu tive a oportunidade de conhecê-lo. E tenho certeza que, por pelo menos algumas poucas horas que passamos juntos, ele estava feliz, e sei que minha presença, como a de todos os outros que estavam conosco, constituiu uma parte significativa da sua felicidade. E é aquele sorriso, aquela luz, que eu vou lembrar pro resto da minha existência. Tanto como uma lição de vida quanto como um estimulo pra querer ser alguém melhor. Por aquele sorriso.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

De olhos bem fechados

Aquela garota sempre foi muito estranha. Não que fosse totalmente reprimida, mas havia um pedaço de si que ela não revelava aos demais. E lá estava ela, naquela rodinha mascarada, disfarçando sua infelicidade em risadinhas falsas e sem humor. Então agora são os outros a rir, o que ela não sabe dizer é se foi de uma piada feita por ela ou dela. Tentava, sem sucesso, se convencer de que não fazia diferença, mas fazia. Aliás, esse era um dos motivos de sua introspecção: tentava embaçar a imagem clara que via a sua frente. Principalmente quando se tratava daquele sorriso. A verdade é que nessa ânsia por distorcer tudo o que passava bem embaixo de seu nariz, pensou ter visto algo por detrás daquele riso escancarado. Uma luz, um brilho, uma pontinha de esperança. Naquela bagunça de sentimentos e histórias e sorrisos e imagens e pessoas e almas, se viu refletida em algo inexistente. Testou suas crenças, testou suas habilidades, seu autocontrole, sua índole. E depois de prejudicar a si mesma com essa cegueira absoluta, abriu os olhos e viu nítido, tão claro quanto água: Não valia a pena. E, de fato, nem nunca valera.

domingo, 4 de outubro de 2009

Falta


Eu não aguento mais. Sério. É uma vontade tão grande de sumir, de mudar de ares, de mudar de... tudo. Quanto mais o tempo passa, mais eu percebo o quanto não me encaixo nesse "universo" no qual fui colocada. Mas pulemos o discurso boring e vamos a rápidas considerações:


- Não sou, nem de longe, perfeita, mas faço o que posso para não machucar meus amigos.
- Eu não arrumo briga com os outros. Eu não compro briga de ninguém. Eu não estou envolvida diretamente em nenhum tipo de confusão. Então porque é que sempre sobra pra mim?
- Apesar dos professores serem verdadeiros seres sem coração que acham que as matérias que ensinam são as únicas matérias que existem no mundo e passarem trabalhos realmente complexos, eu tenho cumprido todas as tarefas direitinho, perdendo noites de sono ou algumas horas de aula no dia seguinte. Tudo isso por uma MERDA de um R no boletim. Não sei se meus esforços estão sendo insuficientes ou se os professores além de sem coração também são desalmados. Não sei mesmo.
- Eu trato as pessoas bem. Ou pelo menos não destrato ninguém.
- Eu faço o que eu posso pra ser lembrada por quem eu sou, e não por uma pessoa qualquer. Parece que não tem dado certo, afinal.
- Não costumo falar mal dos outros, nem fofocar ou algo que o valha. Mas, ironicamente, meu nome sempre aparece em algum tipo de fofoca sem importância.
- Não tenho um corpo perfeito, mas faço academia. Ou esperava fazer, se tivesse um dia com 48 horas. Só quero que PAREM de uma vez por todas com os comentários degradantes sobre a minha aparência. Acho que pelo menos um pouco de respeito eu mereço, né?
- Sou uma boa ouvinte, e uma boa conselheira – pelo menos é o que os outros dizem. E embora as pessoas sempre tenham uma palavra dura pra me dizer, eu costumo ser o mais gentil possível pra falar coisas desagradáveis.
- Eu trato as pessoas como pessoas, não objetos.
- Também não trato ninguém como pedaço de carne.
- Engraçado que cada pessoa que passa pela minha vida deixa uma marca. E a maioria das pessoas não são substituíveis. Mas eu sou.


Embora eu quisesse muito terminar minhas considerações, parece que eu sou incapaz de passar pro papel o que eu estou sentindo no momento. Só sei que eu não quero mais fazer parte desse mundo, não mesmo. E depois ainda me perguntam por que eu gosto tanto de ler.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Peixes

Hoje, como em tantos outros dias, eu observava o movimento dos peixinhos no aquário e pensava na vida, com pausas periódicas para notas mentais indignadas sobre como aquele peixe é estranho e não se mexe. De repente todos os peixinhos pararam de nadar e olharam pra mim. Os três, ao mesmo tempo, bem nos meus olhos. Eu juro que eu nunca me senti tão em sintonia com a natureza.


Só o peixe estranho não se moveu. Mas eu não esperava grandes coisas dele mesmo.

sábado, 12 de setembro de 2009

Só uma observação

Minha mãe sempre disse que eu tenho olhos muito expressivos.


Eu concordo com ela.
Afinal, "os olhos são as janelas da alma".

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Um brinde à hipocrisia!


Hoje eu serei obrigado a levantar minha taça em nome de cada máscara caída. Um brinde a vocês, caros atores, que foram tão convincentes durante tanto tempo. Obrigado por criarem em nós puras e inocentes ilusões de que o mundo, talvez, fosse um lugar que permitisse sonhos reais. Obrigado por nos fazer perceber o quão ingênuos podemos ser, o quão frágeis realmente somos. Congratulações pelo show de comédia particular que foram capazes de produzir, e obrigado pelo nariz vermelho que nos transformou em protagonistas desse espetáculo inesquecível. Parabéns por essa habilidade nata em sugar o que há de melhor em nós. Obrigado por abrirem as cortinas vermelhas no melhor momento para expor nossos maiores medos e fraquezas. Mais um agradecimento por não só os expor, mas também saberem a hora perfeita de relembrá-los. Parabéns por terem representado tão bem seus papéis a ponto de conhecerem cada cicatriz, cada ferida ainda aberta. Parabéns por conseguirem deixar mais uma cicatriz marcada a fogo em nossas peles. E, por fim, obrigado por cada palavra de carinho que, um dia, nos deu a ilusão de sermos um pouquinho mais amados.
Por todas as palavras, olhares e gestos vãos, ergo minha taça e digo: Um brinde à hipocrisia!

sábado, 29 de agosto de 2009

Ele nunca foi uma pessoa muito interessante. Freqüentava uma escola comum, tinha amigos idiotas, fazia coisas idiotas e, principalmente, falava coisas idiotas. Acho que quase nunca eu ouvi algo que pudesse ser aproveitado de maneira benéfica vindo da boca dele. Eram muitas besteiras, a maioria envolvendo garotas e, adivinhem, romances idiotas, só pra variar. Resumindo, ele era um idiota. Um completo idiota. Mas, por um motivo desconhecido, eu me senti atraída. Até hoje eu não entendo o que eu vi nele. Talvez curiosidade. Ou talvez ele tenha deixado alguma brecha em algum de seus discursos hipócritas por onde eu pude observar uma pessoa com potencial para ser mais que alguém vazio. Afinal, o vazio cria a oportunidade de ser preenchido. Então eu me aproximei. Aos pouquinhos, pé ante pé, dormindo com um olho fechado e um aberto. E como um artesão que lapida sua obra escultural, fui dando forma e brilho àquela pedra rústica. De repente ele passou a ser muito interessante, e cada detalhe obtido sobre sua vida me fazia querer descobrir ainda mais. Em pouco menos de um mês eu já sabia onde ele morava, o que ele fazia, o que os pais dele faziam, quais eram suas crenças. Em dois meses eu já conhecida os detalhes dos seus pensamentos, o profundo da sua alma. O resultado é tão óbvio quanto o clichê. Eu me envolvi demais.

terça-feira, 2 de junho de 2009

In memorian

Àqueles pais que te apóiam, que te incentivam, que estão sempre com você. Àqueles irmãos pentelhos que você tem vontade de esganar, mas que não imagina como seria sua vida se não os tivesse. Àquele padrasto e àquela madrasta que você tem vontade de matar às vezes, mas que se fazem seus pais felizes, tá bom pra você. Àqueles avós que mesmo longe fazem parte de cada minuto do seu dia. Àqueles tios, tias, primos e primas, de sangue ou não. Àqueles que construíram seu caráter. À minha família, à minha vida.



Àquele livro que acompanhou sua infância e adolescência, que te ensinou valores, que construiu amizades, que fez parte da sua história por completo. À Harry Potter.



Àquelas amigas que estão sempre por perto, que te fazem sonhar, planejar. À uma amizade mais forte que supera barreira, atravessa quilômetros. E que não precisa sair do lugar, foi construída no coração. À Salinha Bonita.


Àquelas amizades antigas, ao nosso passado, ao nosso sentimento, à nossa saudade. Ao Colégio Virgem Poderosa.


Àquele sonho, àquela meta. Àquelas amizades construídas com carinho, atenção, rotina, convivência. À Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas, pra sempre vou lembrar.


Àquela irmãzinha mais nova meio louca. Àquela que te faz rir e que tem as histórias mais mirabolantes do mundo. Àquela sem a qual você não vive. À Thays De Oliveira Gonçalves.


Àquela pessoa que te mudou, que te fez crescer. Àquela que mesmo sendo seu oposto é exatamente como você. Àquela que te fez ver o mundo, que mudou seus conceitos. Àquela melhor amiga. À Rebeca Cordellini.

-

Não importa quanto tempo passe, vocês são eternos.



segunda-feira, 1 de junho de 2009

Multicolorido

De novo a menininha, porque ela é linda e a foto é fofa. ♥

Eu tenho uma tendência incrível pra enjoar das coisas, chega a ser irritante. Músicas, filmes, livros, cores, combinações. Posso ter acabado de colocar uma música, ou acabado de atribuir cores a um trabalho, eu me canso. Então eu passo para o plano B (que quase nunca existe) e faço tudo diferente. E, olha só, fica muito melhor!


Prefiro encarar essa tendência como uma necessidade de mudança, de criação. A verdade é que eu quero tudo de tantas formas diferentes que me perco quando preciso colocar em prática. Por exemplo, uma pessoa normal não precisa dar tantas voltas até descobrir que preto e branco combinam e se completam. No entanto, eu procuro bilhões de combinações pro preto e mais trilhões de combinações pro branco. Então, UAU, preto e branco são perfeitos um com o outro, como não pensei nisso antes?


Simples: Eu pensei nisso antes, mesmo que no meu eu mais profundo. Pensei nas duas cores complementares, mas minha necessidade de inovação me fez analisar uma palheta com várias cores e tentar combiná-las com o óbvio. Porque, fala sério, tem coisa mais manjada e clichê que preto e branco? Mesmo assim, após uma volta gigante e tropeços pelo caminho, caí no clichê, no óbvio. Às vezes é necessário recorrer a ele. No final das contas, clichê é uma idéia que deu certo. E deu tão certo que as pessoas o seguem mesmo que inconscientemente.


Eu acho que a vida é como um grande quadro que é pintado e repintado o tempo todo. Há pessoas que seguem sempre aquilo que já deu certo, e pessoas que procuram outras alternativas antes de recorrer ao comum, se necessário. Há novas combinações que são tão boas quanto as já feitas, há aquelas que nem tanto. O que precisamos saber é que temos um pincel em nossas mãos e latas de tinta aos nossos pés. Nós temos o poder de mudar o que quisermos. Se preciso, caia no clichê, só não deixe que isso se torne um hábito. Invente os seus clichês, e seja autentico. Os quadros mais coloridos e vivos são aqueles que ficam marcados no coração de quem sabe apreciar o diferente. Sem isso, seriamos apenas mais um quadro monocromático no meio de tantos outros. Inove, seja multicolorido.


domingo, 31 de maio de 2009

Ciranda


A verdade é que somos apenas crianças numa brincadeira de roda. Me dê a mão, vamos formar um circulo invisível. Isso. Agora “vamos dar a meia volta” e voltar ao inicio de tudo, cometer os mesmos erros, os melhores acertos, as maiores bobagens. Agora eu estou onde você estava e você está no meu lugar, você percebe? E na volta e meia nós estamos nas nossas posições de novo. E ainda assim estamos de mãos dadas.
É como uma brincadeira de roda.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Expectativa

Decepção nada mais é do que uma expectativa frustrada. Isso. Decepção = expectativa frustrada.






Expectativa.






Onde fica o botão pra desligar isso mesmo?

Essas três...

Eu estava nesse blog (alias, obrigada, Pamzinha! Você é linda! ♥), quando tive a idéia. Tenho pensado em muitas músicas ultimamente, e resolvi colocar aqui as que mais mexem comigo nesses tempos. Pensei em um top, mas simplesmente não consigo dar lugares específicos pra elas. E se uma delas fica com ciúmes? Por isso, a ordem das músicas é totalmente aleatória. Haha.
Enfim, vamos lá. o/

Wake up call

“If you needed love
Well then ask for love
Could have given love?
Now I'm taking love
And it's not my fault
Cause you both deserve
What's coming now
So don't say a word”

Sério, essa música é, com o perdão da palavra, FODA. O clipe encaixa PERFEITAMENTE com a música, e acho legal o fato dela contar uma história. Sem contar que essa música me passa auto-confiança, haha. Ouçam, depois me digam o que acham! o/

Makes me Wonder

“I still don't have the reason
And you don't have the time
And it really makes me wonder
If I ever gave a fuck about you

Give me something to believe in
Cause I don't believe in you anymore
Anymore
I wonder if it even makes a difference to try
(Yeah)
So this is goodbye”

Essa me faz sentir auto-confiante TAMBÉM e eu ouço quando to de saco cheio e quero dar uma aliviada no ‘stress’ a respeito de relacionamentos. Quem sabe das histórias, sabe do que se trata! Haha!

She will be loved

“I don't mind spending everyday
Out on your corner in the pouring rain
Look for the girl with the broken smile
Ask her if she wants to stay awhile
And she will be loved.

Tap on my window, knock on my door
I want to make you feel beautiful
I know I tend to get so insecure
It doesn't matter anymore”

Okay, nem preciso dizer que essa música é perfeita, né? É o que toda garota sonhadora e idiota (haha, desculpem. Me considero assim.) sonha em ouvir da pessoa que gosta. Linda. *-*


-

Tá, foi um post totalmente idiota e sem sentido. Mas eu precisava colocar isso em algum lugar, haha.
A ordem não é de preferência, eu juro. :x E sim, todas as músicas que me perseguem são do Maroon 5. Estranho, não? oO

Beijo, beijo! :*

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Viver

Engraçada essa tal de felicidade instantânea. É uma coisa que vem de dentro e não tem como explicar! Vem de maneira natural, incrível, gostosa. Rir de qualquer coisa, sentir-se de bem consigo mesmo e estar de bem com o mundo. O dia fica mais colorido, o vento frio do outono é facilmente confundido com uma brisa fresca de verão, até o cheiro do ar fica diferente. Como se todo aquele monóxido de carbono liberado dos escapamentos do tão típico congestionamento de São Paulo se tornasse um aroma especial, e todas aquelas buzinas e barulhos de vozes altas e enfezadas se tornassem melodias para nossos ouvidos. Ser livre, ser liberto de preconceitos, permitir a felicidade a si mesmo.

Eu queria que todos pudessem se sentir como me sinto nesses dias especiais, esses dias em que as lágrimas se transformam em risos, esses dias em que o sorriso calado e reprimido transforma-se em um olhar sincero e alegre. O problema está em preocupar-se demais com o externo, com os olhares repressores de quem não tem coragem de ser quem realmente é.

Quer saber? Tornei-me cega aos que querem me cegar, calei-me para quem não merece mais que o silêncio. Eu canto, eu rio, eu danço, eu falo, eu grito, eu sou feliz. E a minha felicidade é o que mais importa para mim nesse momento. Quanto a quem não aceita toda essa felicidade, desejo que encontrem a própria, e então entenderão essa sensação maravilhosa que é viver.

sábado, 2 de maio de 2009

'Procure respostas'


Parada nesse corredor mal iluminado e deserto, tento lembrar o que eu procurava quanto comecei a pensar. Pelo menos hoje todos os momentos em que eu estava sozinha eram suficientes para me levar aos últimos acontecimentos, me levar a você. Eu acho que você não tinha essa intenção, ou talvez tivesse.

A verdade é que está tudo muito estranho pra mim. O vazio do corredor se encaixa muito bem com meu estado de espírito, e contrasta perfeitamente com o exterior. De certa forma, prefiro o barulho a esse silencio mórbido, as vozes altas impedem que eu ouça a minha própria, minha consciência. Nesse momento, a única coisa que minha mente grita para mim é ‘procure respostas’, e por mais que eu queira, por mais que eu procure, as respostas se escondem muito bem sob seu ar debochado e indiferente. E eu continuo procurando, feito uma tonta, como sempre.

O elevador parou no meu andar e me tirou do meu transe. O casal saiu de forma desajeitada, cheios de sacolas nas mãos. A moça tropeçou no degrauzinho do elevador e eu tive que abaixar a cabeça para disfarçar a risada. O rapaz a segurou antes que ela fosse ao chão, e eu imediatamente tirei o riso do rosto. Qualquer outro dia eu acharia isso lindo, uma prova de que eles realmente se gostam, levando em conta o olhar apaixonado que ela lhe lançava e como ele sustentava esse olhar com a mesma intensidade. Eles eram jovens – uns vinte e cinco anos no máximo -, e apaixonados. Sim, bem clichê, e contado por uma adolescente apaixonada, fica mais clichê ainda. Talvez não tivesse sido tudo isso, mas pra mim foi. Pra mim foi o retrato daquilo que nunca aconteceu comigo, da paixão correspondida que eu nunca tive. O fato era: Eles nem se preocupavam com a minha presença... E isso me fez pensar. Me fez pensar no tempo que eu perdi, no tempo que eu estou perdendo. Me fez pensar novamente em você e em como eu sou burra. Burra por não deixar transparecer quando preciso, e deixar estampado na minha cara nos piores momentos. Burra, burra, burra. Burra por gostar de você.

E, como uma fotografia perfeita, o seu rosto me veio à mente. Incrível como em tão pouco tempo eu memorizei cada expressão sua, cada olhar, cada sarda discreta. Tudo. E de mim, o que você memorizou? As palavras de afeto? Os gestos de carinho? Ou simplesmente nada?

Um barulhinho agudo e eu meu olhar perdido se focou novamente. Olhei para o lado: corredor vazio de novo, o silencio irritante foi interrompido pelo trancar de porta do apartamento vizinho. Chaves! Era isso! Um pouco óbvio, já que eu estava na porta da minha casa, que eu estivesse pensando em pegar minhas chaves antes de você tomar minha mente e me deixar sem rumo.
Peguei-as, mas não entrei no apartamento. Até que aquele corredor vazio e mal iluminado servia pra alguma coisa e ouvir minha consciência – apesar dela ser tão confusa quanto todo o resto -, não era tão ruim. Sentei no chão. Eu teria que pensar nisso uma hora ou outra, afinal. Pensei, pensei, pensei. Revirei minhas lembranças procurando algum vestígio, algum sinal. E tudo é muito vago.
‘Os olhos são as janelas da alma’, eu sempre ouvi. Mas como procurar no seu olhar as respostas pras minhas suspeitas se quando olho pra eles tudo que vejo é um grande vazio?

Você é um mistério pra mim, saiba disso. Talvez seja isso que me mova, talvez sejam os seus olhos distantes, seus olhares vazios e, ao mesmo tempo, cheios de uma intensidade inquietante, o motivo de eu acordar todos os dias. E quanto mais eu penso neles, mais eu percebo o quanto eu perdi. Por medo, insegurança, ou qualquer sentimento escondido no meu eu mais profundo que eu ainda não descobri. Eu te perdi, porque sinto que em algum momento eu realmente tive você. E a culpa de eu não conseguir continuar com a minha vida e te esquecer é só sua. Por você ser uma pessoa tão incrivelmente imperfeita e demonstrar uma personalidade marcante. Por você ter seus momentos maduros e imaturos, por ser carinhoso e rude ao mesmo tempo. Por você ser você, e isso basta.

Como um gesto de fuga, de impaciência e indignação, enfiei a chave na fechadura com uma raiva desnecessária.
Precisamos acabar com isso, precisamos parar. E, mais do que eu, você precisa parar.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Blog novo

Ultimamente o que me conforta é escrever. Hábitos antigos, fazia tempo que não escrevia algo. Não são textos cheios de palavras enfeitadas, muito menos contos cheios de aventura e emoção. São só... textos. Sentimentos em forma de palavras, palavras em forma de sentimentos. E o mais irônico disso tudo é saber que, como tudo na vida, isso também é feito de fases. Fase nova, vida nova, textos novos, história nova, blog novo. E cá estou eu, escrevendo como antes.