quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sem título

E quase sem texto também.




Já passou muito de cinco vezes que eu apago essa primeira linha e começo de novo. E, depois de decidir que a primeira linha vai ser sobre meu fracasso ao tentar escrevê-la decentemente, eu nem sei como continuar na segunda. E agora essa terceira é quase como um grito de socorro por inspiração. Eu sei o que eu quero. Eu sei o que eu quero escrever. Mas por que é tão difícil? Quando eu não tinha nada real, nenhum sentimento além de pura esperança – e um pouco de conformidade, confesso -, parecia muito mais fácil sentar aqui e começar a falar sobre qualquer coisa. Elas até saíam em metáforas e transformavam o texto em algo, sei lá, poético. A real é que eu nunca planejei nada disso, de palavras no papel aos sentimentos novos e turbulentos que tão me tirando do chão quase todos os dias. Mentira, todos os dias.
Eu to tão perdida quanto a tudo que até indecisa quanto ao que passar pra cá agora eu fiquei. E se o texto estiver ficando uma porcaria sem sentido eu não me importo, é um desabafo mesmo. Eu preciso colocar pra fora o que se passa pela minha cabeça, nem que seja pra falar sobre como o seu sorriso me faz sorrir. Clichê, piegas, brega e melosinho vindo de uma pessoa que não gostava de apelidinhos carinhosos e demonstrações fortes de afeto. Mas não me ache uma louca sociopata, eu tinha medo, sabe? Medo de me envolver com as pessoas, medo de transparecer o quanto elas são importantes pra mim. E isso não tem nada a ver com promessas ou remorsos ou qualquer sentimentozinho do tipo. Não, nada disso. É que sabe, de uns tempos pra cá eu venho sendo tão, mas tão feliz que o medo de de repente perder tudo isso e voltar pro meu casulo escuro e solitário acaba tomando conta da situação e não deixando eu me entregar tanto quanto eu gostaria. Eu travo, sabe? É meu jeito. Eu não consigo ser por inteira entregue, mas venho melhorando. E enquanto isso a gente fica nesses meios termos que me confundem e me fazem sentir toda a turbulência dessa minha intensidade reprimida. Eu sei que nossa história (se é que eu posso falar ‘nossa história’) talvez seja confusa e meio do nada. Mas sabe, todas as vezes que você diz que meu sorriso é lindo eu simplesmente esqueço qualquer incerteza e sorrio ainda mais. Porque eu não consigo dizer, mas no fundo no fundo, você é o maior responsável por pelo menos dois terços do tanto que eu sorrio por dia. E eu agradeço, sabe? Agradeço por me preencher com sentimentos bons e verdadeiros ao invés daquela angustia que já andava de mãos dadas comigo há tanto tempo. Por mais confusos que esses sentimentos bons sejam, não deixam de ser bons. Não deixam de me fazer sorrir. Então sabe, chega de pensar pra mim. Chega de raciocinar todos os meus passos e esquematizar todas as minhas atitudes como eu esquematizo as moedinhas em cima da sua escrivaninha. Eu não quero mais pensar nos prós e nem nos contras. Eu não quero mais pensar se eu to fazendo certo ou se eu to fazendo errado. Porque eu sei que, no fim das contas, não importa se tá certo ou errado, o que importa é que sou eu. E o que importa é que é você. O que importa é o quanto eu gosto de enroscar meus dedos no seu cabelo sempre que você senta do meu lado, só porque é gostoso sentir a sua presença ali, comigo. O que importa é o quanto seus olhos brilham quando você dá risada de alguma idiotice que eu faço ou falo. O que importa é saber que você já acorda rindo porque eu sou boba e não consigo controlar meu vício. O que importa é que você acha meu sorriso lindo. Que
você sempre disse que meu sorriso era lindo. 
O que importa é que hoje o meu sorriso é seu.

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